Na manhã desta terça-feira, os atendimentos voltaram à normalidade.
Conforme a gerência da UPA Leblon, na Rua Benjamin Adese, trabalho no local segue o habitual porque a maioria dos enfermeiros e técnicos de enfermagem voltaram à função após decisão da Justiça.
A professora Tânia Regina, de 50 anos, aguardava atendimento para o enteado, que está com problema urinário, no local. Ela contou que tentou atendimento no último sábado, domingo e hoje. Com UPA lotada, ela aguarda encaminhamento porque menino precisará operar.
Outra jovem, que preferiu não se identificar, disse há dias está com vômitos e desconfortos no estômago. Ela tentou atendimento na segunda-feira (27), das 7h às 11h, mas foi embora sem conseguir atendimento devido à greve. A menina voltou à UPA Leblon hoje pela manhã e passou pela triagem em 30 minutos. Assim, aguarda atendimento médico.
Vacinação segue na UBS Dona Neta
A UBS Dona Neta, na região do Anhanduizinho, é um dos pontos onde se realiza vacinação contra Covid-19. Conforme a gerência, vacinação voltou ao normal após fim da paralisação. Além disso, reforçou que os médicos continuaram o atendimento desde ontem, portanto, população agendada não sofreu prejuízos.
Maria Irene Menezes esteve no local e conversou com a equipe de reportagem. Conforme a mulher, este foi o 5º posto de saúde onde compareceu para tentar medicamento e irá para o CEM (Central de Medicamentos) tentar encontrar o remédio.
Cenário parecido foi encontrado na UBS Iracy Coelho, onde profissionais de enfermagem também interromperam a greve.
Cléia Regina da Veiga Prado, trabalhadora do lar de 48 anos, afirma que tentou atendimento médico para a neta de 2 anos na UPA Aero Rancho por volta de 1h da manhã, mas alega que não foi bem atendida. Ela voltou para casa e buscou auxílio na UBS Iracy Coelho nesta manhã.
“Viemos aqui tentar novo atendimento. Estou aqui há uma hora e já passei pela triagem”, afirma.
TJMS barra greve da enfermagem
O TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) decidiu pelo fim da greve da enfermagem em Campo Grande, com pena diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento por parte do sindicato e profissionais. A decisão foi publicada no fim da tarde de segunda-feira (27).
Vale lembrar que a Prefeitura de Campo Grande pediu multa diária de R$ 200 mil caso o movimento grevista não fosse encerrado.
A decisão é do desembargador Paschoal Carmello Leandro. Na decisão, Paschoal Carmello afirma que “que o movimento grevista deflagrado não atendeu as exigências dos requisitos legais, vislumbrando-se plausibilidade na pretendida interrupção da greve definida pelo requerido”.
O desembargador afirmou que a paralisação dos serviços de atendimento da população “acarreta prejuízos irreparáveis ou de difícil reparação na medida em que coloca em risco a saúde daqueles que eventualmente necessitarem de assistência”.
Carmello também avaliou que é “dever dos profissionais da categoria dedicarem da melhor forma seus conhecimentos e habilidades para garantia do direito à saúde”.
Por fim, o desembargador determinou a “imediata suspensão do movimento grevista perpetrado pelo Sinte-CG (Sindicato dos Trabalhadores Públicos em do Município de Campo Grande), sem prejuízo do não pagamento aos servidores dos dias de paralisação dos serviços”.
Greve da enfermagem
Técnicos de enfermagem e enfermeiros da prefeitura de Campo Grande entraram em greve na segunda-feira (27). A categoria pedia para a administração municipal negociação com adicional de insalubridade, enquadramento no Plano de Cargos e Carreira da categoria e implementação do piso nacional.
A deflagração do movimento grevista foi definida em assembleia da última quinta-feira (23). Os trabalhadores decidiram aguardar as 72 horas estabelecidas em lei para iniciar a paralisação dos atendimentos nas unidades de saúde de Campo Grande.
Os enfermeiros que atuam nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e outras unidades de saúde geridas pela prefeitura aderiram à paralisação. No entanto, profissionais voltam aos atendimentos após intervenção do TJMS. Além disso, as faixas de protesto foram retiradas das unidades de saúde.
crédito midiamax.