Por Luciana Taddeo
Colaboração para o UOL*, em Buenos Aires – 20/03/2023 18h24
O que aconteceu
O homem queria obter um passaporte sem a documentação necessária, afirmou um servidor do consulado brasileiro ao UOL Notícias. “Ele dizia que estava fugindo, não se sabe de quê.”
Ao ter seu pedido negado, o brasileiro ameaçou bater no funcionário. “A sorte é que tinha um vidro separando os dois e ele não quebrou o vidro.”
A polícia argentina foi chamada, diante da ameaça ao atendente consular. O homem não estava armado.
Agentes do Grupo Especial de Operações Federais e um grupo de negociadores foram enviados ao local, pela Direção Geral de Operações da Polícia Federal Argentina (PFA).
Os agentes precisaram de cerca de uma hora para convencer o brasileiro a deixar o local, segundo uma fonte.
Ele xingou todo mundo na sala de espera do consulado, disse os maiores despautérios e que iria dar um soco na cara do funcionário. Estava fora de si, não queria sair de dentro do consulado. E se dizia perseguido e que queria fugir.”
O que as autoridades locais disseram
O homem abandonou o diálogo com os agentes e ficou violento no momento de ser preso. Segundo as comunicações internas do processo de investigação, ele acabou controlado e trasladado para a Superintendência de Investigações Federais da PFA.
Autoridades não confirmaram a identidade do brasileiro. Ele foi descrito em comunicações policiais como “uma pessoa do sexo masculino que se entrincheirou nas instalações do consulado do Brasil”.
O consulado nega que o andar tenha sido evacuado devido ao incidente. O local fica perto da Avenida 9 de Julio, uma das mais importantes da capital argentina.
Ainda segundo o consulado, episódios similares costumavam acontecer com mais frequência no passado, mas estão mais controlados. Desde a pandemia, a representação diplomática, localizada no quinto andar do edifício, trabalha somente com agendamento.
O que diz o cônsul brasileiro
O brasileiro disse que se tratava de um caso urgente. Por isso, deixaram que ele subisse ao Consulado. É um andarilho em situação de rua, mas tinha uma aparência normal. Não tinha os documentos necessários para a emissão de um passaporte. Quando ouviu uma negativa, entrou em transe. Uma coisa impressionante. Ficou muito agressivo. Foi um triste caso de surto psicótico.”
Denis Fontes de Souza Pinto, cônsul brasileiro em Buenos Aires, em entrevista à RFI
A história não fazia sentido. No começo, ele dizia que era americano, depois italiano. Não era nada disso. É brasileiro. Fora de si, ameaçou ‘quebrar a cara’ do funcionário. O nosso medo era que ele quebrasse o vidro que separa o público dos funcionários. Não podemos afirmar que o que ele dizia corresponde à realidade. A Polícia mesmo nos disse isso.”
*Com informações da RFI
Créditos: UOL
