Acordo provisório busca encerrar conflito iniciado após ataques a instalações nucleares; nenhuma das partes confirmou oficialmente a trégua até o momento.
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (23) que Israel e Irã teriam concordado com um cessar-fogo provisório, com início marcado para a meia-noite, no horário de Washington.
A declaração foi feita em sua rede social, a Truth Social, poucos dias após os EUA ordenarem bombardeios a instalações nucleares iranianas. Segundo Trump, o objetivo do acordo é “encerrar de forma duradoura os combates” entre os dois países.
Ausência de confirmação oficial e explosões em Teerã
Até o momento do anúncio, nenhum representante oficial de Israel ou Irã confirmou o cessar-fogo. Enquanto isso, a mídia iraniana relatava fortes explosões em Teerã e em outras cidades do país.
O vice-presidente dos EUA, JD Vance, afirmou que Trump passou o dia “ao telefone sem parar”, tentando viabilizar o acordo. No entanto, detalhes sobre o momento exato da suspensão dos ataques ainda não foram esclarecidos.
Escalada recente e retaliação do Irã
A crise se intensificou após os EUA bombardearem três instalações nucleares iranianas no fim de semana. Em resposta, o Irã lançou mísseis contra a Base Aérea de Al Udeid, no Catar, onde opera o Comando Central dos EUA no Oriente Médio.
Segundo o governo do Catar, os mísseis foram interceptados e a base foi evacuada com antecedência. Trump agradeceu ao Irã pela “resposta limitada” e pelo “aviso prévio”.
Impacto no mercado e reação internacional
Com a sinalização de uma possível trégua, o preço do petróleo caiu, refletindo a expectativa de distensão no Oriente Médio. Países vizinhos, como Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, chegaram a fechar temporariamente seu espaço aéreo como medida de segurança. Todos reabriram poucas horas depois.
As três nações condenaram publicamente o ataque iraniano, destacando a necessidade de estabilidade na região do Golfo Pérsico.
Acordo nuclear em xeque e negociações estagnadas
Nos bastidores, negociações entre EUA e Irã para um novo acordo nuclear estavam em andamento nas últimas semanas. Um dos principais impasses envolve a permissão para o enriquecimento de urânio em território iraniano — ponto que Teerã defende com base no direito internacional, mas que Washington rejeita.
Autoridades iranianas afirmam que o ataque ao Catar foi simbólico e não representava ameaça ao país. A quantidade de mísseis lançados teria sido equivalente ao número de bombas usadas pelos EUA contra os complexos nucleares iranianos de Fordow, Natanz e Isfahan.
Israel nega trégua e mantém ofensiva diplomática
Até o momento, Israel não comentou o anúncio do cessar-fogo. O governo israelense insiste que sua ofensiva tem como objetivo impedir que o Irã desenvolva armas nucleares, justificativa também usada por Trump para a intervenção americana.
O Irã, por sua vez, nega ter intenção de fabricar bombas atômicas.
Conclusão: Paz duradoura ou trégua temporária?
O anúncio de Trump foi recebido com cautela pela comunidade internacional. Apesar da redução das tensões imediatas, especialistas alertam para a fragilidade do cessar-fogo, especialmente sem confirmação oficial de ambas as partes envolvidas.
Enquanto isso, a incerteza sobre o futuro do acordo nuclear e o equilíbrio de forças na região ainda paira sobre o cenário geopolítico do Oriente Médio.